A década de 80 na América Latina foi considerada
perdida no âmbito da economia, pois viveu uma grande crise econômica. Os países
latino-americanos chegaram a um ponto onde sua dívida externa excedeu seu poder
de compra e não foram capazes de pagar os seus compromissos. Por causa disso,
ocorreram empréstimos ao FMI por conta da dificuldade de emprestar de outros
países. O cruzeiro (moeda brasileira na
época) sofreu desvalorização de 30% no final da década de 70, desacelerando
assim a economia brasileira. Com a
inflação, a dívida externa de vários países cresceu, e no Brasil não foi
diferente tendo como consequências a queda do PIB em 1980, crescimento na taxa
de desemprego, a educação pública estava em crise e a saúde viu diminuírem seus
recursos.
Já no âmbito
político, em ralação ao Brasil pode-se considerar um avanço, pois foi nesse
período que se formaram entidades e partidos populares resultado das
manifestações sociais da história brasileira, após o fim da ditadura militar.
Daí a existência a pergunta Década perdida ou ganha?
Sobre essas contradições em relação à década de 80, Morangoni (2012) utiliza a
posição de uma cientista política política Maria Izabel Mallmann, no livro Os ganhos da década perdida (Edipuc – RS,
2008) em que ela diz:
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“Pode-se dizer que a democracia foi um dos
ganhos políticos da década economicamente perdida. (...) Outro ganho f oi o
surgimento e consolidação de um espaço regional de coordenação de políticas,
cujos desdobramentos positivos ainda fazem-se presentes. Apesar das
dificuldades, a década de 1980 foi marcada por acontecimentos relevantes no que
diz respeito à aproximação dos governos latino-americanos”.
Mas qual o papel do
Neoconservadorismo e do Neoliberalismo?
Neoconservadorismo:
é uma ideologia marcada por objetivos políticos e as ideias dos “novos
conservadores”. O termo também é usado para acusar aqueles que tornam uma
política de “unilateral” ao invés de confiar nas ações da ONU.
Podemos definir o neoliberalismo como um
conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defende a não
participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver
total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o
crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz
de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o
neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento
tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem.