sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

NEOLIBERALISMOS, NEOCONSERVADORISMOS E A DÉCADA PERDIDA

A década de 80 na América Latina foi considerada perdida no âmbito da economia, pois viveu uma grande crise econômica. Os países latino-americanos chegaram a um ponto onde sua dívida externa excedeu seu poder de compra e não foram capazes de pagar os seus compromissos. Por causa disso, ocorreram empréstimos ao FMI por conta da dificuldade de emprestar de outros países.  O cruzeiro (moeda brasileira na época) sofreu desvalorização de 30% no final da década de 70, desacelerando assim a economia brasileira.   Com a inflação, a dívida externa de vários países cresceu, e no Brasil não foi diferente tendo como consequências a queda do PIB em 1980, crescimento na taxa de desemprego, a educação pública estava em crise e a saúde viu diminuírem seus recursos.
 Já no âmbito político, em ralação ao Brasil pode-se considerar um avanço, pois foi nesse período que se formaram entidades e partidos populares resultado das manifestações sociais da história brasileira, após o fim da ditadura militar.
Daí a existência a pergunta Década perdida ou ganha? Sobre essas contradições em relação à década de 80, Morangoni (2012) utiliza a posição de uma cientista política política Maria Izabel Mallmann, no livro Os ganhos da década perdida (Edipuc – RS, 2008) em que ela diz:


“Pode-se dizer que a democracia foi um dos ganhos políticos da década economicamente perdida. (...) Outro ganho f oi o surgimento e consolidação de um espaço regional de coordenação de políticas, cujos desdobramentos positivos ainda fazem-se presentes. Apesar das dificuldades, a década de 1980 foi marcada por acontecimentos relevantes no que diz respeito à aproximação dos governos latino-americanos”.

Mas qual o papel do Neoconservadorismo e do Neoliberalismo?

Neoconservadorismo: é uma ideologia marcada por objetivos políticos e as ideias dos “novos conservadores”. O termo também é usado para acusar aqueles que tornam uma política de “unilateral” ao invés de confiar nas ações da ONU. 
Podemos definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia. De acordo com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um país. Os defensores do neoliberalismo acreditam que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem.

Guerra Fria das revoltas jovens até a Crise de Teerã

Para começar, é bom entendermos o que é mobilização. Podemos dizer que mobilizar é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum. Aqui, neste texto, vamos pensar nas mobilizações sociais. Poucas vezes ouvimos tanto essa palavra quanto na metade do ano passado, durante os protestos que ocorreram no Brasil, que tiveram uma característica geral: foram manifestações que tiveram a maior parte de participantes jovens, ou seja, foi uma mobilização social de jovem.
Mas isso, claro, não foi um fato inédito na sociedade. No mundo pós-guerra, e que se encontrava em plena guerra fria, havia um descontentamento com as normas sociais dominantes típicas do pós-guerra, assim como das tensões crescentes dessa parcela da população com modos autoritários de governança e com as intervenções de seus respectivos governos no âmbito da Guerra Fria. Em todos esses lugares, uma população universitária cada vez maior começou rapidamente a traduzir seu descontentamento em protestos ativos.

Toda mobilização é mobilização para alguma coisa, para alcançar um objetivo comum. Para que ela seja útil a uma sociedade ela tem que estar orientada para a construção de um projeto de futuro. Se propósito é passageiro, trata-se de um evento, não de um processo de mobilização. A mobilização requer uma dedicação contínua para produzir resultados.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Amazônia da Guerra Fria: meio ambiente, desenvolvimento e soberania

A Amazônia ou Floresta Amazônica é a principal floresta tropical de todo o mundo, sua maior área concentra-se no território brasileiro, mas também engloba outros países como o Suriname, Guiana Francesa, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.  A Amazônia brasileira incorpora os estados do Amazonas, Amapá, Pará, Acre, Rondônia, Roraima, Tocantins, o oeste do Maranhão e o norte do Mato Grosso. 
Essa floresta é muito importante para o mundo, pois sua fauna e flora são incomparáveis, existem diversas espécies de animais que até hoje nem todos são conhecidos pelo homem, suas plantas são usadas pela ciência para diversos tratamentos médicos. Toda essa beleza não passou despercebida pelo mundo, se tornando alvo de interesses internacionais tendo como consequência desentendimentos em volta da questão da soberania.
A imprensa nacional e internacional tornou como discussão a temática desta soberania, caso esse atingindo o âmbito político. Um exemplo desse embate no cenário político aconteceu no governo do então presidente na época José Sarney, onde ficou conhecida sua frase “não venderemos nenhum palmo da Amazônia” em resposta a uma publicação da imprensa americana onde se dizia que a Amazônia estava à venda. Com relação a esse fato, Myamoto (2013, p. 2) comenta que,

“Fatos como esses, que com certa assiduidade frequentam a imprensa nacional e internacional, indicam como questões ligadas ao território, sobretudo referentes à perda de autonomia e soberania sobre a região, motivam discussões calorosas, com os personagens envolvidos procurando cada um deles aparecer como o mais ardente defensor dos interesses nacionais”.


Com o fim da Guerra Fria, colocou-se a necessidade da reconsideração das formas e da oportunidade de um uso cotidiano da força, na medida em que o Estado nacional perdeu força. A presença das forças armadas na região ficou mais nítida principalmente após o final da Guerra Fria, quando a grande ameaça era o comunismo, e o período inicial da redemocratização no Brasil. 
Atualmente, a manutenção da soberania sobre a Amazônia, pode ser vislumbrada através da ativação do primeiro complexo operacional de segurança da Amazônia (SIPAM-SIVAM) que retoma uma posição assertiva do Estado em defesa da soberania nacional.